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Quais são os benefícios e riscos das diferentes formas de acessar a articulação do quadril durante a cirurgia de substituição (cirurgia de prótese) parcial do quadril?

Mensagens principais

  • As evidências disponíveis ainda estão em desenvolvimento, e novos estudos podem modificar as nossas conclusões.

  • No momento, não temos confiança suficiente para afirmar que uma via cirúrgica (forma de acessar a articulação do quadril) seja melhor do que outra em relação à realização de tarefas do dia a dia, à qualidade de vida relacionada à saúde, à mobilidade ou ao estado funcional, à mortalidade ou à dor nos primeiros quatro meses após a cirurgia.

O que é a hemiartroplastia do quadril?

A hemiartroplastia do quadril, também chamada de substituição parcial do quadril, é uma cirurgia em que a cabeça do fêmur (osso da coxa) é substituída por uma prótese artificial, enquanto a cavidade do quadril, onde o fêmur se encaixa, é preservada.

Por que isso é importante para pessoas com fraturas do quadril?

As fraturas do quadril são frequentes, especialmente em adultos mais velhos. Elas costumam causar muita dor e dificultar a caminhada ou a vida independente. A substituição parcial do quadril é uma forma de tratar essas fraturas, ajudando a aliviar a dor e a permitir uma recuperação mais rápida. Durante a cirurgia, existem diferentes maneiras de acessar a articulação do quadril, e cada uma pode ter vantagens e desvantagens.

O que queríamos descobrir?

Queríamos descobrir qual é o efeito das diferentes vias cirúrgicas para a substituição parcial do quadril na recuperação das pessoas após a cirurgia.

O que nós fizemos?

Buscamos estudos que compararam diferentes vias de realizar a substituição parcial do quadril. Esses estudos precisavam distribuir as pessoas de forma aleatória entre as vias cirúrgicas (ou usar métodos semelhantes, como a data de nascimento) e acompanhar sua recuperação após a cirurgia. Incluímos apenas estudos com adultos que sofreram fratura do quadril. Em seguida, reunimos e analisamos os resultados desses estudos e avaliamos o quanto podemos confiar nas evidências, considerando fatores como o número de participantes e a qualidade dos métodos utilizados.

O que encontramos?

Encontramos 27 estudos com 3.369 participantes. Esses estudos foram realizados na Europa e na Ásia. O maior estudo incluiu 843 pessoas, enquanto o menor incluiu 29 participantes. O tempo de acompanhamento variou de 40 dias a cinco anos.

Via anterior versus posterior: pode haver pouca ou nenhuma diferença na capacidade de realizar tarefas diárias, no estado funcional, no risco de morte ou na dor três meses após a cirurgia. No entanto, os resultados são muito incertos. Nenhum estudo avaliou a qualidade de vida relacionada à saúde nos primeiros quatro meses após a cirurgia.

Via anterior versus lateral: pode haver pouca ou nenhuma diferença na realização de tarefas diárias, no estado funcional ou na dor após três meses da cirurgia. No entanto, os resultados são muito incertos. Encontramos que a abordagem anterior pode reduzir ligeiramente a claudicação (mancar) três meses após a cirurgia. Nenhum estudo avaliou a qualidade de vida relacionada à saúde nos primeiros quatro meses após a cirurgia. Também não temos certeza do efeito sobre a mortalidade nesse mesmo período.

Via lateral versus posterior: pode haver pouca ou nenhuma diferença na realização de tarefas diárias, na qualidade de vida relacionada à saúde, no estado funcional ou na dor três meses após a cirurgia. Os resultados são muito incertos. Da mesma forma, pode não haver diferença no risco de morte nos primeiros três meses após a cirurgia.

Quais são as limitações das evidências?

De modo geral, nossa confiança nas evidências disponíveis é baixa ou muito baixa. Dois fatores principais reduziram nossa confiança nas evidências. Primeiro, muitos estudos incluíram poucos participantes, o que dificulta ter certeza sobre os resultados, além de apresentar resultados inconsistentes entre os estudos. Segundo, o tamanho reduzido dos estudos dificultou a identificação de efeitos raros, mas importantes, que muitas vezes não foram relatados ou foram descritos de forma inadequada.

Quão atualizadas estão essas evidências?

As evidências estão atualizadas até 1º de novembro de 2024. Os estudos foram publicados entre 1981 e 2024.

Objetivos

Avaliar os efeitos das diferentes vias cirúrgicas usadas na hemiartroplastia do quadril em pessoas com fratura do quadril.

Métodos de busca

Realizamos buscas nas bases de dados CENTRAL, MEDLINE, Embase e em outras seis bases de dados em novembro de 2024. Também pesquisamos em dois registros de ensaios clínicos e em nove anais de congressos. Além disso, examinamos as listas de referências dos estudos incluídos e de revisões sistemáticas publicadas nos últimos cinco anos.

Conclusão dos autores

Para pessoas submetidas à hemiartroplastia por fratura intracapsular do quadril, a evidência disponível é muito incerta quanto aos efeitos da via cirúrgica sobre as atividades de vida diária e a dor nos primeiros quatro meses após a cirurgia. Há pouca ou nenhuma evidência de diferença entre as vias anterior, lateral e posterior em relação à QVRS, ao estado funcional ou à mortalidade. No momento, não há evidência suficiente para indicar a superioridade de qualquer abordagem cirúrgica nesses desfechos.

São necessários novos estudos para aumentar a certeza das evidências. Esses estudos devem incluir tamanho amostral adequado, seguir padrões rigorosos de relato, registrar protocolos de forma prospectiva e utilizar mascaramento da avaliação dos desfechos, preferencialmente com a participação de cirurgiões experientes. Além disso, os estudos futuros devem assegurar a inclusão de um conjunto padronizado de desfechos para fraturas do quadril e um acompanhamento mínimo de quatro meses em todos os ECRs.

Financiamento

Esta revisão Cochrane não recebeu financiamento específico.

Registro do protocolo

Registro: Prospero CRD42024498914

Versão anterior disponível em: https://doi.org/10.1002/14651858.CD001707

Notas de tradução

Tradução do Cochrane Brazil (Jânio Luiz Correia Júnior e André Silva de Sousa). Contato: tradutores.cochrane.br@gmail.com

Citation
Morrell AT, Lindsay SE, Schabel K, Parker MJ, Griffin XL. Surgical approaches for inserting hemiarthroplasty of the hip in people with hip fractures. Cochrane Database of Systematic Reviews 2025, Issue 6. Art. No.: CD016031. DOI: 10.1002/14651858.CD016031.

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