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O alendronato ajuda a prevenir fraturas causadas pela osteoporose em mulheres pós-menopáusicas?

Mensagens-chave

- O alendronato utilizado até cinco anos pode prevenir fraturas da coluna vertebral em mulheres com menor risco de fraturas ou naquelas que ainda não tiveram uma fratura da coluna vertebral.

- O alendronato utilizado durante um período máximo de três anos em mulheres diagnosticadas com osteoporose, com baixa densidade óssea ou que já tenham sofrido uma fratura da coluna vertebral, previne provavelmente as fraturas da coluna vertebral.

O que é a osteoporose?

A osteoporose é uma doença que torna os ossos fracos e frágeis. O osso é um tecido vivo que está constantemente a ser decomposto e substituído. Na osteoporose, o osso velho decompõe-se mais rapidamente do que o novo osso o consegue substituir. Quando isso acontece, os ossos perdem minerais (tais como cálcio). Isto torna os ossos mais suscetíveis de se partirem mesmo após uma pequena lesão, como um encontrão ou uma queda. As mulheres têm mais probabilidades de contrair osteoporose após a menopausa.

O que é o alendronato?

O alendronato é um bisfosfonato, um tipo de medicamento que abranda as células que decompõem o osso velho.

O que pretendíamos descobrir?

O nosso objetivo era descobrir se o alendronato é melhor do que o placebo (um medicamento inativo ou "falso") ou outros medicamentos na prevenção ou redução de fraturas em mulheres pós-menopáusicas.

O que fizemos?

Procurámos estudos que comparassem o alendronato com placebo ou outros medicamentos anti-osteoporóticos para a osteoporose em mulheres pós-menopáusicas. Comparámos e resumimos os resultados dos estudos e classificámos a nossa confiança na evidência com base em fatores como a metodologia e o tamanho dos estudos.

O que encontrámos?

Encontrámos 119 estudos elegíveis. Destes, 102 estudos forneceram dados utilizáveis, e 40 estudos compararam o alendronato com um placebo (comprimido simulado).

Principais conclusões

Nas mulheres com menor risco de fraturas, porque têm uma densidade óssea próxima do normal ou porque ainda não têm uma fratura nos ossos da coluna vertebral, o alendronato é utilizado durante um período máximo de cinco anos:

  • podem prevenir fraturas clínicas da coluna vertebral - ou seja, fraturas indicadas por sinais e sintomas clínicos, sem evidência radiográfica;

  • pode prevenir fraturas noutros ossos para além da coluna vertebral. No entanto, especificamente nas fraturas da anca e do pulso, o alendronato pode não fazer qualquer diferença;

  • pode não fazer qualquer diferença no número de mulheres que abandonaram o estudo devido a acontecimentos adversos - ou seja, acontecimentos indesejados e prejudiciais;

  • pode não fazer qualquer diferença no número de mulheres que registam acontecimentos adversos graves.

Nas mulheres que correm um risco mais elevado de fraturas por já terem sido diagnosticadas com osteoporose, terem uma densidade óssea baixa ou já terem tido uma fratura vertebral, o alendronato é utilizado durante um período máximo de três anos:

  • previne provavelmente as fraturas clínicas da coluna vertebral;

  • pode prevenir fraturas noutros ossos para além da coluna vertebral.

  • pode prevenir fraturas da anca e do pulso;

  • pode reduzir os acontecimentos adversos graves;

Não sabemos se o alendronato reduz as desistências devido a acontecimentos adversos neste grupo de mulheres.

As melhores estimativas para as mulheres com menor risco de fratura que tomam alendronato ou placebo são as seguintes

  • No caso das fraturas clínicas da coluna vertebral, a evidência sugere que se 3 em cada 100 mulheres que tomam placebo sofrerem uma fratura, apenas 1 em cada 100 mulheres que tomam alendronato sofrerá.

  • Se 10 em cada 100 mulheres que tomam placebo têm uma fratura em ossos que não a coluna vertebral, apenas 8 em cada 100 que tomam alendronato têm essa probabilidade.

  • No caso das fraturas da anca e do pulso, pode não haver diferença entre os dois grupos no número de mulheres com fraturas.

As melhores estimativas para as mulheres com menor risco de fratura que tomam alendronato ou placebo são as seguintes

  • Se 5 em cada 100 mulheres que tomam placebo tiverem uma fratura clínica da coluna vertebral, é provável que apenas 2 em cada 100 mulheres que tomam alendronato tenham.

  • Se 14 em cada 100 mulheres que tomam placebo têm uma fratura em ossos que não a coluna vertebral, apenas 11 em cada 100 que tomam alendronato têm essa probabilidade.

  • Se 2 em cada 100 mulheres que tomam placebo tiverem uma fratura da anca, é provável que apenas 1 em cada 100 que tomam alendronato tenha.

  • Se 4 em cada 100 mulheres que tomam placebo tiverem uma fratura do pulso, é provável que apenas 2 em cada 100 que tomam alendronato tenham.

Quais são as limitações da evidência?

Para a maioria dos resultados, a nossa confiança na evidência foi baixa, porque é possível que as mulheres nos estudos, e os investigadores que avaliaram os resultados, tivessem conhecimento do tratamento que as mulheres receberam. Além disso, alguma da evidência centra-se em doses específicas de alendronato, enquanto a pergunta a que queríamos responder era mais abrangente. Finalmente, para alguns resultados de fratura, a evidência baseou-se em poucos casos.

Quão atualizada se encontra a evidência?

A evidência encontra-se atualizada até 1 de fevereiro de 2023. Esta é uma atualização de uma Revisão Cochrane publicada originalmente em 2008.

Notas de tradução

Tradução e revisão final por: Ricardo Manuel Delgado, Knowledge Translation Team, Cochrane Portugal.

Citation
Wells GA, Hsieh SC, Peterson J, Zheng C, Kelly SE, Shea B, Tugwell P. Alendronate for the primary and secondary prevention of osteoporotic fractures in postmenopausal women. Cochrane Database of Systematic Reviews 2025, Issue 1. Art. No.: CD001155. DOI: 10.1002/14651858.CD001155.pub3.

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