Intervenções para tratar disfunção sexual após tratamentos para câncer

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Essa revisão avaliou a efetividade dos estudos clínicos randomizados (ECRs) de intervenções de qualquer tipo de disfunção sexual após tratamentos para o câncer. A disfunção sexual (DS) é uma complicação potencial do tratamento para o câncer tanto em homens quanto em mulheres. 11 ECRs que avaliaram a efetividade de uma intervenção no tratamento da DS após tratamento para o câncer foram identificados. Apesar da qualidade desses ensaios clínicos ter se apresentado baixa, houve evidência suficiente de que inibidores da fosfodiesterase orais são um tratamento efetivo para DS em homens após os tratamentos para o câncer de próstata. Houve evidências insuficientes para avaliar a efetividade de outras intervenções para DS após tratamento do câncer identificadas. Houve uma relativa ausência de ensaios clínicos avaliando tratamentos para DS secundária a tratamentos de câncer em mulheres.

Conclusão dos autores: 

O uso de inibidores da PDE5 é um tratamento efetivo para DS secundária ao tratamento para câncer de próstata. Outras intervenções identificadas necessitam ser testadas em ECRs futuros. As intervenções para DS nessa revisão não são representativas da gama de tratamentos disponíveis para homens e mulheres. Avaliações futuras são necessárias para essas intervenções para DS após tratamentos para o câncer.

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

A proporção de pessoas que vivem com câncer e que sobreviveram a ele está aumentando. Esse fato levou a uma maior conscientização sobre a importância da qualidade de vida, incluindo a função sexual, em pessoas com câncer. A disfunção sexual (DS) é uma potencial complicação a longo prazo dos tratamentos para o câncer.

Objetivos: 

Avaliar a efetividade das intervenções para a DS após os tratamentos para o câncer e seus efeitos adversos.

Métodos de busca: 

Foi realizada busca nas bases the Cochrane Pain, Palliative & Supportive Care Register, Cochrane Central Register of Controlled Trials, MEDLINE, EMBASE, PsycInfo, AMED, CINAHL, Dissertation Abstracts and NHS Research Register. A pesquisa ocorreu em Janeiro de 2007.

Critério de seleção: 

Ensaios clínicos randomizados (ECRs) que avaliaram a efetividade de um tratamento para DS foram incluídos. A população em estudo compreendeu adultos de ambos os sexos, os quais, ao entrar no estudo tinham desenvolvido DS como consequência de um tratamento para um câncer.

Coleta dos dados e análises: 

Dois revisores independentemente extraíram os dados e avaliaram a qualidade dos ensaios clínicos. A realização da metanálise foi considerada para ensaios clínicos com as principais características comparáveis.

Principais resultados: 

11 ECRs, totalizando 1.743 pacientes foram identificados. A qualidade desses ensaios clínicos era ruim. Dez ensaios clínicos explorou intervenções para DS em homens após tratamento de câncer de próstata não metastático. Um ensaio clínico explorou a efetividade nas mulheres de um creme lubrificante vaginal após radioterapia para o tratamento de câncer de colo de útero.

A evidência mais forte (a partir de quatro ensaios clínicos) foi com o uso oral dos inibidores da fosfodiesterase tipo 5 (PDE5) para a disfunção erétil (DE) após radioterapia da próstata ou prostatectomia radical. Os resultados, usando instrumentos de mensuração validados, em todos os ensaios clínicos, significativamente favoreceu aqueles no(s) grupo(s) dos inibidores da PDE5. A combinação dos resultados de dois estudos clínicos indicou uma melhora significativamente maior da DE nos grupos em uso de inibidores da PDE5 (razão de chances, odds ratio (OR) 10.09 95% intervalo de confiança (IC) 6.20 a 16.43). Efeitos negativos foram poucos e geralmente ocorreram dores de cabeça leve a moderada ou rubor cutâneo. Um ensaio clínico reportou eventos clinicamente mais sérios incluindo seis eventos de taquicardia e seis episódios de dor torácica.

Após os tratamentos de câncer de próstata, houve alguma evidência de que os inibidores da PDE5 são mais efetivos em combinação com acetil-L-carnitina e propionil-L-carnitina e, o aconselhamento sexual aumenta a autoadministração de injeções de prostaglandina intracavernosa para DS. Houve alguma evidência após o tratamento para câncer de próstata de que o uso de alprostadil transuretral e de dispositivos a vácuo reduzem a DS, apesar de em ambos os ensaios clínicos, os efeitos negativos foram bastante comuns. Há alguma evidência de que o uso de cremes lubrificantes vaginais reduz a DS.

Notas de tradução: 

Traduzido por: Wesley Justino Magnabosco, Unidade de Medicina Baseada em Evidências da Unesp, Brasil Contato: portuguese.ebm.unit@gmail.com