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Exames de sangue no final da gravidez para identificar bebês pequenos e em risco de morte intrauterina.

Contexto

A disfunção placentária descreve uma placenta que não tem capacidade para suprimir as necessidades do feto em crescimento; pode resultar em um recém-nascido que é menor do que o esperado ou num natimorto. Atualmente, não é fácil detectar disfunção placentária antes do nascimento. As ecografias são utilizadas para identificar fetos pequenos. Entretanto, surgiram testes que permitem o estudo de substâncias produzidas pela placenta no sangue e na urina das mães, e que podem detectar uma placenta com um funcionamento disfuncional. O nosso objetivo foi identificar qual o melhor teste para o diagnóstico de disfunção placentária.

O que fizemos

Fizemos em outubro de 2016 uma pesquisa e identificámos um total de 24.059 estudos. Destes, 91 tinham informações relevantes e foram incluídos nesta revisão. Estudámos a ecografia obstétrica e seis testes diferentes de substâncias placentárias, incluindo proteínas e hormonas. Estes estudos envolveram 175,426 mulheres, no total das quais 15,471 gestações terminaram no nascimento de um bébé pequeno e 740 gestações terminaram em um natimorto.

O que encontrámos

Dos 91estudos incluídos, 86 tinham informações sobre recém-nascidos pequenos, entre os quais 18 também analisaram natimortos; outros cinco estudos só estudaram a ocorrência de natimortos. O teste o mais sensível para detectar um recém-nascido pequeno foi a ecografia para estimativa de peso fetal. Das substâncias medidas no sangue materno, o lactogénio placentário humano (hPL), um hormônio produzido pela placenta durante a gestação, foi o mais sensível. Apenas um estudo estudou simultaneamente a ecografia e o doseamento de substâncias placentárias. O fator de crescimento placentário (PlGF) foi o teste de substância placentária mais específico para identificar um recém-nascido em risco de morte intrauterina; Não se identificou nenhum estudo de ecografia obstétrica para identificar risco de morte intrauterina. Os testes de substâncias placentária foram superiores a identificar um recém-nascido em risco de morte intrauterina do que a detectar um recém-nascido pequeno.

Outras informações importantes a considerar

Muitos dos estudos incluídos nesta revisão foram realizados entre 1974 e 2016. Os estudos de substâncias placentária foram maioritariamente realizados antes de 1991 e após 2013; os estudos mais antigos podem não refletir a evolução da tecnologia destes testes. São necessários mais estudos para investigar se uma combinação de exames ecográficos e sanguíneos poderá melhorar a identificação de gestações que terminam no nascimento de um recém-nascido pequeno ou de um natimorto. Não foram identificados estudos nesta revisão que tivessem analisado a sensibilidade dos exames ecográficos e de sangue utilizados em conjunto.

Notas de tradução

Traduzido por: Catarina Reis de Carvalho, Departamento de Obstetrícia, Ginecologia e Medicina da Reprodução, Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, com o apoio da Cochrane Portugal.

Citation
Heazell AEP, Hayes DJL, Whitworth M, Takwoingi Y, Bayliss SE, Davenport C. Biochemical tests of placental function versus ultrasound assessment of fetal size for stillbirth and small-for-gestational-age infants. Cochrane Database of Systematic Reviews 2019, Issue 5. Art. No.: CD012245. DOI: 10.1002/14651858.CD012245.pub2.