Os desfechos dos pacientes com aneurisma de aorta toracoabdominal são melhores após a correção do aneurisma por meio da cirurgia aberta convencional ou da endovascular?

Introdução

O aneurisma de aorta toracoabdominal é um alargamento ou edema de um vaso sanguíneo 50% maior que o diâmetro original do vaso que afeta, simultaneamente, a aorta torácica e abdominal. Um aneurisma de aorta toracoabdominal maior que 6,0 cm a 6,5 cm de diâmetro (dependendo do sexo do paciente, ou da presença de uma fraqueza hereditária subjacente na parede aórtica), ou um aneurisma de aorta toracoabdominal que se expande mais rápido que 1 cm por ano, são considerados condições com risco de vida se não forem tratados. A decisão sobre o melhor caminho de tratamento para cada paciente com aneurisma de aorta toracoabdominal representa um desafio complexo para os cirurgiões. As opções de tratamento incluem a cirurgia de correção aberta, que requer que a equipe cirúrgica abra tanto o tórax quanto o abdome do paciente para substituir a aorta por um enxerto; a correção por meio de cirurgia endovascular, que envolve a inserção de uma série de stents cobertos com material (endoenxertos) dentro do aneurisma através de pequenas incisões na virilha com o uso de raios X para guiar as endopróteses até o lugar; e o manejo não intervencionista, que envolve o uso de orientações ao paciente e sua família e, quando necessário, a prescrição de medicamentos para o controle dos fatores de risco. Tanto após a correção cirurgica convencional quanto após a endovascular existem complicações significativas. Há, inclusive, o risco a morte. No entanto, a correção endovascular é conceitualmente menos invasiva e, por este motivo, queríamos determinar se ela seria uma opção mais segura para os pacientes, em comparação com a cirurgia aberta convencional.

Características dos estudos e resultados principais

Para avaliar a efetividade e segurança da cirurgia aberta convencional, em comparação com a endovascular para a correção do aneurismas de aorta toracoabdominal, fizemos buscas na literatura para encontrar ensaios clínicos randomizados e ensaios clínicos controlados. Os ensaios clínicos controlados randomizados e ensaios clínicos controlados ajudam a informar os profissionais de saúde, formuladores de políticas e consumidores sobre a melhor opção de tratamento possível para pacientes com aneurisma de aorta toracoabdominal Estes tipos de estudos visam controlar fatores de confusão, por exemplo, o condicionamento físico do paciente ou a experiência do cirurgião, para que os métodos de tratamento sejam comparados de maneira justa. Nossa busca realizada até abril de 2021 não identificou nenhum ensaio clínico randomizado ou ensaio clínico controlado que atendesse aos nossos critérios de inclusão.

Certeza (confiança/qualidade) na evidência

Não encontramos estudos que atendessem ao nosso objetivo.

Conclusão

Para avaliar corretamente a segurança e a efetividade da cirurgia aberta convencional em comparação com a endovascular, seria útil a realização de ensaios clínicos randomizados e ensaios clínicos controlados sobre o assunto. Entretanto, existem desafios logísticos e éticos na realização destes estudos.

Conclusão dos autores: 

Devido à falta de ECRs ou ensaios clínicos controlados, não foi possível determinar a segurança e efetividade da cirurgia aberta convencional em comparação com a endovascular em pacientes com aneurisma de aorta toracoabdominal. Portanto, não podemos fornecer qualquer evidência sobre a intervenção cirúrgica ideal para esta coorte de pacientes. São necessários ECRs ou ensaios clínicos controlados de alta qualidade abordando este objetivo. No entanto, a realização de tais estudos será logística e eticamente desafiadora para esta doença com risco de vida.

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

O aneurisma de aorta toracoabdominal é uma condição com risco de vida que permanece difícil de tratar. A correção com cirurgia aberta e a endovascular são opções de tratamento para os pacientes. No entanto, devido à falta de ensaios clínicos comparando-os, a opção de tratamento ideal é desconhecida.

Objetivos: 

Avaliar a efetividade e segurança da correção cirúrgica aberta convencional versus endovascular para o tratamento do aneurisma de aorta toracoabdominal.

Métodos de busca: 

O especialista em informações do Cochrane Vascular Group fez buscas nas seguintes bases de dados: Cochrane Vascular Specialized Register, CENTRAL, MEDLINE, Embase, CINAHL e AMED e nas plataformas de registros de ensaios clínicos da World Health Organization International Clinical Trials Registry Platform e ClinicalTrials.gov por estudos disponíveis até 26 de abril de 2021. Também verificamos as referências de artigos relevantes recuperados na busca eletrônica para encontrar citações adicionais.

Critério de seleção: 

Consideramos todos os ensaios clínicos randomizados (ECRs) e ensaios clínicos controlados publicados e não publicados que compararam a cirúrgica aberta convencional com a endovascular para a correção de aneurisma de aorta toracoabdominal para inclusão nesta revisão. Os principais desfechos de interesse eram a prevenção da ruptura do aneurisma (participantes sem ruptura do aneurisma até 5 anos após a intervenção), mortalidade relacionada ao aneurisma (em 30 dias e em 12 meses), mortalidade por todas as causas, isquemia medular (paraplegia, paraparesia), comprometimento do ramo arterial visceral causando isquemia mesentérica ou insuficiência renal e taxa de reintervenção.

Coleta dos dados e análises: 

Dois revisores, trabalhando de forma independente, examinaram todos os títulos e resumos identificados nas buscas para identificar aqueles que atendiam aos critérios de inclusão. Planejamos realizar a coleta de dados, avaliação do risco de viés e análise de acordo com as recomendações da Cochrane. Planejamos avaliar a certeza (confiança/qualidade) nas evidências usando o GRADE.

Principais resultados: 

Nenhum ECR ou ensaio clínico controlado atendeu aos critérios de inclusão desta revisão.

Notas de tradução: 

Tradução do Cochrane Brazil (Ana Carolina P. N. Pinto). Contato: tradutores.cochrane.br@gmail.com

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