Apoio de pares ou líderes leigos para adolescentes com asma

Contexto

Os adolescentes podem precisar de apoio adicional na gestão da asma, pois correm maior risco de não tomar seus inaladores adequadamente e de se participarem em atividades que podem tornar sua asma pior (como fumar). Queríamos saber se as sessões lideradas por pares ou por líderes leigos (isto é, não profissionais de saúde) ajudam a reduzir estes riscos e levam a uma asma melhor controlada. Incluímos estudos que compararam este apoio com os cuidados habituais ou com um tipo diferente de ajuda. Realizamos as pesquisas mais recentes em 25 de novembro de 2016.

Características dos estudos

Encontramos cinco estudos, incluindo 1146 adolescentes com asma. Os estudos variaram no desenho, duração (2,5 a 9 meses), ambiente (escola, acampamento de dia, cuidados primários) e a forma como o apoio dos pares ou sessões conduzidas por leigos foram dadas. A gravidade da asma variou, assim como o número de fumadores. Três estudos utilizaram um programa chamado Triple A (Adolescente Asthma Action), pelo qual adolescentes mais velhos são treinados para oferecer sessões para os alunos mais jovens. Um dos estudos testou a adição de uma promessa de parar de fumar enquanto outro entregou sessões de grupo de apoio de pares, incluindo mensagens jogadas através de um leitor de mp3 para incentivar a adesão. O terceiro comparou um acampamento de dia de asma liderado por pares contra um liderado por enfermeiras e médicos.

Principais resultados

Adolescentes que receberam apoio de pares tiveram melhor qualidade de vida do que aqueles no grupo controlo, embora isso variasse com a forma como os resultados foram analisados, explicando assim a incerteza à volta do resultado. A maioria dos outros resultados não mostrou que a intervenção tivesse um benefício importante. Os estudos forneceram pouca informação sobre crises de asma ou visitas não programadas durante o estudo, e não se pode ter certeza se a intervenção foi benéfica em termos de controlo da asma. Os resultados de dois estudos em que muitos dos adolescentes eram fumadores mostraram alguma promessa de que os adolescentes tinham a confiança necessária para parar, mas a dependência global de nicotina e o conhecimento relacionado ao fumo não foram muito melhores do que nos controlos. Os estudos não forneceram relatos de eventos adversos.

Qualidade da evidência

Não podemos ter certezas em relação aos resultados porque a maioria destes foi avaliada por pessoas que conheciam o grupo a que os adolescentes foram atribuídos, o que pode afetar a forma como se responde às perguntas. Alguns estudos não publicaram toda a informação que tinham dito que iriam publicar, ou relataram informações que não foi possível analisar. Por vezes, os resultados dos estudos não concordavam com os resultados de outros estudos, e muitas vezes não se podia dizer com certeza se os adolescentes receberam benefício. Por estas razões, temos baixa confiança em todos os achados do estudo.

Notas de tradução: 

Tradução: Gonçalo S Duarte, Laboratório de Farmacologia Clínica e Terapêutica, Faculdade de Medicina, Universidade de Lisboa, com o apoio da Cochrane Portugal

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