Psicoterapia combinada com antidepressivos no transtorno do pânico com ou sem agorafobia

A psicoterapia associada ao tratamento antidepressivo foi comparada com cada um dos dois tratamentos sozinhos para o transtorno de pânico. No final do tratamento da fase aguda, a terapia combinada foi superior à psicoterapia ou ao tratamento antidepressivo sozinho. Após o término do tratamento da fase aguda, a terapia combinada foi superior aos antidepressivos sozinhos e foi tão eficaz quanto à psicoterapia sozinha. A terapia combinada ou a psicoterapia sozinha podem ser escolhidas como o tratamento de primeira linha para o transtorno do pânico com ou sem agorafobia, dependendo da preferência do paciente.

Conclusão dos autores: 

A terapia combinada ou a psicoterapia sozinha podem ser escolhidas como o tratamento de primeira linha para o transtorno do pânico com ou sem agorafobia, dependendo da preferência do paciente.

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

O transtorno do pânico pode ser tratado com farmacoterapia, psicoterapia ou em combinação, mas os méritos relativos da terapia combinada não foram bem estabelecidos.

Objetivos: 

Analisar as evidências em relação às vantagens em curto e longo prazo e as desvantagens da psicoterapia combinada com antidepressivos no transtorno do pânico com ou sem agorafobia, em comparação com a terapia sozinha.

Métodos de busca: 

Os cadastros de ensaios clínicos the Cochrane Collaboration Depression, Anxiety and Neurosis Controlled Trials Registers (CCDANCTR-Studies and CCDANCTR-References)foram pesquisados ​​em 11/10/2005, juntamente com uma pesquisa complementar na the Cochrane Central Register of Controlled Trials e MEDLINE, usando as palavras-chave: antidepressivo e pânico. A busca de referência, SciSearch e contato pessoal com especialistas foram realizados.

Critério de seleção: 

Dois revisores independentes identificaram os ensaios clínicos randomizados que comparam a terapia combinada em relação a uma das monoterapias em pacientes adultos com transtorno do pânico com ou sem agorafobia.

Coleta dos dados e análises: 

Dois revisores independentemente extraíram os dados usando formatos de dados predefinidos, incluindo indicadores de qualidade do estudo. O desfecho primário foi o risco relativo (RR) sobre a melhoria global em relação aos dados da avaliação inicial tal como definido pelos investigadores dos estudos incluídos. Os desfechos secundários incluíram dados de diferença de média padronizada sobre a gravidade global, frequência de ataque do pânico, ansiedade generalizada, depressão e funcionamento social, além de riscos relativos sobre desistências gerais e desistências devido aos efeitos colaterais.

Principais resultados: 

Identificamos 23 comparações randomizadas (representando 21 estudos, 1.709 pacientes), 21 dos quais envolviam comportamento ou terapias cognitivo-comportamentais. No tratamento da fase aguda, a terapia combinada foi superior ao antidepressivo (RR 1,24, intervalo de confiança (IC) de 95% 1,02-1,52) ou psicoterapia (RR 1,17, IC 1,05-1,31). A terapia combinada produziu mais desistências devido aos efeitos colaterais do que a psicoterapia (número necessário para causar dano foi em torno de 26). Após o tratamento da fase aguda, uma vez que a droga foi continuada, a superioridade da combinação em relação à monoterapia pareceu persistir. Após o término do tratamento da fase aguda e do tratamento de continuação, a terapia combinada foi mais eficaz do que a farmacoterapia sozinha (RR 1,61, IC 1,23-2,11) e que a psicoterapia (RR 0,96, IC 0,79-1,16).

Notas de tradução: 

Traduzido por: Cristiane de Cássia Bergamaschi, Universidade de Sorocaba- Uniso; Unidade de Medicina Baseada em Evidências da Unesp, Brasil Contato: portuguese.ebm.unit@gmail.com

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