Antagonistas de canais de cálcio para acidente vascular cerebral isquêmico agudo

Essa tradução não está atualizada. Por favor clique aqui para ver a versão mais recente em inglês desta revisão.

A maioria dos acidentes vasculares cerebrais isquêmicos acontecem devido a um bloqueio em uma artéria no cérebro por um coágulo sanguíneo. A área do cérebro suprida por aquela artéria rapidamente sofre lesão. Alguns danos nas células do cérebro ocorrem devido a um acúmulo de íons de cálcio em seu interior. Antagonistas de canais de cálcio podem reduzir as lesões por prevenir a entrada dos íons de cálcio dentro das células. Foi pesquisado por ensaios clínicos que avaliassem os efeitos dos antagonistas de canais de cálcio (administrados por via oral ou intravenosa) em pacientes que sofreram AVC. Foram encontrados 34 estudos, incluindo 7.731 pacientes que atendiam ao critério de inclusão para esta revisão. Não houve diferença no número de mortes ou número de pacientes livre de invalidez entre aqueles que receberam antagonistas de canais de cálcio e os que não receberam. Pacientes que receberam antagonistas de canais de cálcio pela via intravenosa apresentaram um resultado ligeiramente pior que aqueles que receberam por via oral. Em conclusão, os autores desta revisão Cochrane não encontraram evidências que comprovem que o uso de antagonistas de canais de cálcio após um acidente vascular cerebral isquêmico agudo possa salvar vidas ou reduzir invalidez.

Conclusão dos autores: 

Nenhuma evidência sugere que o uso de antagonistas de canais de cálcio em pacientes com acidente vascular cerebral isquêmico agudo seja efetivo.

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

A perda repentina de suprimento sanguíneo em acidentes vasculares cerebrais isquêmicos (AVC) é associada com um aumento de íons de cálcio dentro dos neurônios. Inibir esta elevação pode proteger neurônios e consequentemente reduzir danos neurológicos, sequelas e deficiências após o AVC.

Objetivos: 

Determinar se antagonistas de canais de cálcio reduzem o risco de morte ou dependência após o acidente vascular cerebral isquêmico agudo. Investigar a influência de diferentes fármacos, doses, vias de administração, intervalos de tempo após o AVC e o desenho do ensaio clínico sobre o risco do desfecho primário.

Métodos de busca: 

Nós pesquisamos a the Cochrane Stroke Group Trials Register (Janeiro 2012), MEDLINE (1950 a Dezembro 2011), EMBASE (1980 a Dezembro 2011), Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL)(The Cochrane Library, 2011 fascículo 4) e quatro bancos de dados chineses (Dezembro 2011): Chinese Biological Medicine Database (CBM-disc), China National Knowledge Infrastructure (CNKI), Chinese scientific periodical database of VIP information e Wanfang Data. Além disso, foi contatado os autores dos ensaios clínicos e pesquisadores.

Critério de seleção: 

Todos ensaios clínicos randomizados que compararam tratamentos com antagonistas de canais de cálcio versus grupo controle em pacientes que sofreram AVC.

Coleta dos dados e análises: 

Dois autores avaliaram todos os ensaios clínicos e extraíram os dados. Utilizou-se morte ou dependência ao final do seguimento de longo prazo (pelo menos três meses) em atividades de vida diária como desfecho primário. As análises foram realizadas, quando possível, por intenção de tratar.

Principais resultados: 

Foram incluídos 34 ensaios clínicos envolvendo 7.731 pacientes.. Não houve efeito dos antagonistas de canais de cálcio no desfecho primário (risco relativo (RR) 1,05; intervalo de confiança (IC) de 95% 0,98-1,13), ou em morte ao final do seguimento (RR 1.07; IC 95%: 0.98-1.17). Comparações de diferentes doses de nimodipino sugeriram que doses elevadas estão associadas à um pior resultado.

Notas de tradução: 

Traduzido por: Bruna Cipriano Almeida Barros; Luciane Cruz Lopes, Unidade de Medicina Baseada em Evidências da Unesp, Brazil Contato: portuguese.ebm.unit@gmail.com