Intervenções de mídia de massa para influenciar o uso de serviços de saúde

Informações da mídia de massa sobre as questões relacionadas à saúde podem induzir mudanças na utilização de serviços de saúde, tanto através de campanhas planejadas e cobertura não planejada. Outras pesquisas poderiam ter como objetivo investigar a melhor forma de compor mensagens da mídia e se elas têm um impacto diferente sobre o público e profissionais de saúde. Mais informação é necessária sobre se a cobertura da mídia de massa traz, sobre o uso adequado dos serviços, naqueles pacientes que se beneficiarão mais.

Conclusão dos autores: 

Apesar de limitada informação sobre os principais aspectos das intervenções de mídia de massa e da baixa qualidade da pesquisa primária disponível, há evidências de que esses canais de comunicação podem ter um papel importante em influenciarem o uso de intervenções de saúde. Embora os resultados dessa análise possam ter sido influenciados por viés de publicação, aqueles envolvidos na promoção de uma melhor compreensão das informações de pesquisa na prática clínica devem considerar as mídias de massa como uma ferramenta que pode incentivar o uso de serviços efetivos e desencorajar aqueles de efetividade não comprovada.

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

A mídia de massa frequentemente abrange temas relacionados à saúde, são a principal fonte de informação sobre importantes questões de saúde e direcionados por aqueles que visam influenciar o comportamento dos profissionais de saúde e pacientes.

Objetivos: 

Avaliar os efeitos da mídia de massa sobre a utilização dos serviços de saúde.

Métodos de busca: 

Foram investigados os registros especializados do grupo Cochrane Effective Practice and Organisation of Care (1996 a 1999), MEDLINE, EMBASE, Eric, PsycLit (a 1999) e listas de referência dos artigos. Foram investigados manualmente os jornais Communication Research (fevereiro 1987 a agosto 1996), European Journal of Communication (1986 a 1994), Journal of Communication (inverno 1986 a verão 1996), Communication Theory (fevereiro 1991 a agosto 1996), Critical Studies in Mass Communication (março 1984 a março 1995) e Journalism Quarterly (1986 a verão 1996).

Critério de seleção: 

Ensaios clínicos randomizados, ensaios clínicos controlados, estudos controlados antes e depois e análises de séries temporais interrompidas de intervenções de mídia de massa. Os participantes foram os profissionais de saúde, pacientes e o público em geral.

Coleta dos dados e análises: 

Dois revisores extraíram independentemente os dados e avaliaram a qualidade dos estudos.

Principais resultados: 

Vinte estudos foram incluídos. Todos utilizaram desenhos de séries temporais interrompidas. Quinze estudos avaliaram o impacto de campanhas formais de mídia de massa e cinco de cobertura da mídia sobre questões relacionadas à saúde. Houve variação na qualidade metodológica dos estudos. Seis estudos não realizaram análises estatísticas e nove utilizaram testes estatísticos inadequados (isto é, não levando em conta o efeito da tendência temporal). Todos os estudos com exceção de um concluíram que os meios de massa eram efetivos. Esses resultados positivos foram confirmados por uma reanálise de sete estudos. A direção do efeito foi consistente em todos os estudos em relação à mudança esperada.

Notas de tradução: 

Traduzido por: Rodrigo Jensen, Unidade de Medicina Baseada em Evidências da Unesp, Brasil Contato: portuguese.ebm.unit@gmail.com

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