Paralisia de uma das pregas (cordas) vocais pode ter um impacto importante sobre a qualidade de vida do paciente. O paciente pode apresentar voz fraca, falta de ar e dificuldade para engolir. As opções para tratamento incluem fonoterapia, injeções em corda vocal ou cirurgia aberta. A injeção de material na corda vocal paralisada tem por objetivo a melhora da voz, a falta de ar, além de prevenir eventos de aspiração (engasgos). Há uma grande variedade de materiais injetáveis disponíveis e esta revisão teve como objetivo avaliar a efetividade dos mesmos.
A nossa revisão sistemática não identificou nenhum ensaio clínico controlado randomizado que preenchesse os critérios mínimos de qualidade para a inclusão. Atualmente não há evidências de alta qualidade para demonstrar a efetividade de qualquer material injetável específico. Mais pesquisas bem desenhadas são necessárias nesta área.
No momento não existem evidências de alta qualidade para comprovar ou refutar o uso de materiais injetáveis específicos em pacientes com PUVP. Futuros ensaios clínicos randomizados devem ter como objetivo a comparação direta das substâncias alternativas atualmente disponíveis para a medialização por injeção.
Pacientes com paralisia unilateral de prega vocal (PUPV) normalmente apresentam disfonia, mas também podem apresentar falta de ar e dificuldade na deglutição. A terapia fonoaudiológica é a base para o tratamento de pacientes com PUPV, já que em 60% dos casos é observada uma remissão espontânea. Na persistência da paralisia de prega vocal, há indicação de tratamento cirúrgico que consiste na medialização por injeção, o que tem demonstrado ser efetivo. Porém, não está claro qual material disponível é o mais efetivo para a injeção.
Avaliar a efetividade do uso de substâncias alternativas no tratamento da PUPV por injeção de material em prega vocal.
Nós analisamos as bases de dados the Cochrane Ear, Nose and Throat Disorders Group Trials Register; The Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL); PubMed; EMBASE; CINAHL; Web of Science; BIOSIS Previews; Cambridge Scientific Abstracts; ICTRP e outras fontes de ensaios clínicos publicados e não publicados. A data da última publicação foi 23 de Março de 2012.
Foram incluídos ensaios clínicos randomizados de material injetável em pacientes com PUPV. O desfecho de interesse foi melhora reportada pelo paciente e pelo médico e relato de efeitos adversos.
Dois autores selecionaram os estudos dos resultados de busca e extraíram os dados de forma independente. Foi usada o risco de viés da Cochrane para a avaliação da qualidade dos estudos.
Não foi encontrado nenhum ensaio clínico randomizado que preenchesse os critérios de inclusão. Foram excluídos 18 estudos com base na metodologia, 16 estudos não randomizados, um estudo por randomização inadequada e a inclusão de pacientes não-PUPV, e um ensaio clínico randomizado mas que comparou diversos tamanhos de partículas do mesmo material injetado.
Traduzido por: Silke Anna Theresa Weber, Unidade de Medicina Baseada em Evidências da Unesp, Brasil Contato: portuguese.ebm.unit@gmail.com