Cetamina como adjuvante aos opioides na dor oncológica

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Os benefícios e os malefícios da adição da cetamina a analgésicos fortes como a morfina para o alívio da dor oncológica não está estabelecido ainda. Drogas semelhantes à morfina (opioides) são frequentemente prescritos para dor oncológica moderada e intensa, mas em alguns casos essas medicações não são eficazes. Cetamina, um agente anestésico, é utilizado para melhorar a analgesia quando os opioides isoladamente são ineficazes. Entretanto, a evidência para a eficácia dessa prática é limitada. Dois pequenos estudos sugerem que, quando a cetamina é administrada com morfina pode ajudar a controlar a dor oncológica. Entretanto, esses dados são insuficiente para avaliar a efetividade da cetamina nesse cenário.

Conclusão dos autores: 

Desde a última versão desta revisão, três novos estudos foram identificados, porém foram excluídos da revisão. A evidência atual é insuficiente para avaliar os benefícios e os riscos da cetamina como um adjuvante aos opióides para o alívio da dor oncológica. Novos ECCRs são necessários.

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

Esta é uma atualização da revisão original publicada na Edição 1, 2003. Cetamina é comumente utilizada como um agente anestésico, e em doses subanestésicas é também utilizada como um adjuvante aos opioides no tratamento da dor oncológica, particularmente quando opioides prescritos isoladamente provaram ser ineficazes. Cetamina é conhecida por ter efeitos psicomiméticos (incluindo alucinação), reações adversas urológicas e hepáticas.

Objetivos: 

Determinar a eficácia e efeitos adversos da cetamina como um adjuvante aos opioides no tratamento da dor oncológica.

Métodos de busca: 

Os estudos foram originalmente identificados no MEDLINE (1966 até 2002), EMBASE (1980 até 2002), CancerLit (1966 até 2002), The Cochrane Library (Edição 1, 2001); por busca manual das referências bibliográficas dos artigos de revisão, ensaios clínicos, e capítulos de livros sobre dor e cuidado paliativo. O fabricante da cetamina (Pfizer Parke-Davis) forneceu os resultados da sua própria base de dados, PARDLARS.

Uma busca melhorada e atualizada nas seguintes base de dados foi realizada em Maio de 2012: CENTRAL, MEDLINE & OVID MEDLINE R, EMBASE.

Critério de seleção: 

Ensaios clínicos controlados randomizados (ECCRs) de pacientes adultos com dor oncológica tratados com opioide, e recebendo cetamina (qualquer dose e qualquer via de administração) ou placebo ou controle ativo. Estudos com ao menos um grupo de 10 participantes que completaram o ensaio.

Coleta dos dados e análises: 

Dois revisores independentes identificaram quatro ECCRs para possível inclusão na revisão, e 32 relatos de caso/ série de relatos de caso. Avaliação da qualidade e validade foram feitas por três autores independentes da revisão, e dois ECCrs foram excluídos por causa do desenho do estudo estar inapropriado. Intensidade de dor reportada pelo paciente e melhora da dor foram avaliados utilizando escala analógica visual (VAS), escala numérica verbal ou qualquer outra escala validada, e os dados de efeitos adversos foram coletados. Para a atualização três ECCRs foram identificados para possível inclusão na revisão.

Principais resultados: 

Três novos estudos foram identificados pela atualização da busca. Todos os três foram excluídos da revisão. Dois estudos foram elegíveis para a inclusão na revisão original e ambos concluíram que a cetamina melhora a eficácia da morfina no tratamento da dor oncológica. Entretanto, o agrupamento dos dados não era apropriado por causa do pequeno número total de participantes (30), e a presença de heterogeneidade clínica. Alguns pacientes tiveram alucinações com o uso de cetamina e morfina ou só com a morfina, e foram tratados com sucesso com o diazepam. Nenhum outro efeito adverso grave foi relatado.

Notas de tradução: 

Traduzido por: Vinicius Sepúlveda Lima, Unidade de Medicina Baseada em Evidências da Unesp, Brazil. Contato: portuguese.ebm.unit@gmail.com