Quais são os principais benefícios e riscos dos medicamentos para reduzir a pressão arterial no tratamento de pessoas com músculo cardíaco espessado causado pela hipertensão?

Mensagens-chave

Dada a falta de provas sólidas, os benefícios e riscos de adicionar medicamentos adicionais para reduzir a tensão arterial para tratar pessoas com espessamento do músculo cardíaco e tensão arterial elevada não são claros.

Não é claro se a utilização de medicamentos adicionais para reduzir a pressão arterial origina lesões mais graves do que o placebo (tratamento simulado) ou a ausência de tratamento. Pode, no entanto, aumentar a interrupção desses medicamentos devido a efeitos adversos.

São necessários estudos futuros para compreender melhor os benefícios e malefícios da utilização de medicamentos adicionais para reduzir a pressão arterial em pessoas com músculo cardíaco espessado causado pela hipertensão.

O que é o músculo cardíaco espessado?

O músculo cardíaco espessado é uma doença na qual o músculo cardíaco fica maior e a função do coração fica afetada. Pode acontecer quando o coração se esforçou muito ao longo do tempo e ocorre principalmente devido a pressão arterial elevada. As pessoas com músculo cardíaco espessado podem sentir falta de ar, cansaço, dor no peito, palpitações cardíacas e tonturas ou desmaios.

Qual o tratamento para o músculo cardíaco espessado?

O músculo cardíaco espessado pode ser tratado com medicamentos para reduzir a pressão arterial.

O que pretendemos descobrir?

Pretendemos descobrir se a utilização de medicamentos adicionais para reduzir a pressão arterial é melhor do que placebo ou ausência de tratamento medicamentoso na prevenção de doenças e morte em pessoas com músculo cardíaco espessado e pressão arterial elevada.

Também pretendemos avaliar se a utilização de medicamentos adicionais para reduzir a pressão arterial se encontra associada a efeitos adversos.

O que fizemos?

Pesquisámos estudos que avaliassem a utilização de medicamentos adicionais para reduzir a pressão arterial em comparação com placebo ou ausência de tratamento medicamentoso.

Comparámos e resumimos os resultados dos estudos e avaliámos a certeza da evidência, com base em fatores como os métodos e grupos de doentes incluídos nos estudos.

O que descobrimos?

Detetámos 3 estudos incluindo 930 pessoas com músculo cardíaco espessado e pressão arterial elevada. O estudo maior incluiu 692 pessoas e o estudo menor 15 pessoas. Os participantes do estudo eram de ambos os sexos e tinham, em média, entre 66 e 75 anos. Os participantes foram acompanhados durante três a quatro anos. Os estudos foram realizados em vários países da Europa, Ásia e América do Norte e do Sul. Um estudo recebeu financiamento da indústria farmacêutica.

É incerto se a utilização de medicamentos adicionais para reduzir a pressão arterial elevada tem efeito sobre a morte, o desenvolvimento de doenças cardíacas e dos vasos sanguíneos ou sobre a hospitalização por insuficiência cardíaca. Não é claro se a utilização de medicamentos adicionais para reduzir a pressão arterial origina lesões mais graves do que o placebo ou ausência de tratamento medicamentoso, mas pode aumentar as interrupções do tratamento devido a efeitos indesejados. Não é claro se a utilização de medicamentos adicionais para reduzir a pressão arterial elevada tem efeito sobre a massa muscular cardíaca.

Quais as limitações da evidência?

O grau de certeza na evidência é reduzido devido ao número reduzido de estudos identificados. A evidência disponível é baseada numa pequena percentagem de pessoas com músculo cardíaco espessado e pressão arterial elevada identificada em populações maiores nos estudos incluídos. Eventual evidência adicional que surja poderá alterar os resultados da presente revisão.

Quão atualizada se encontra a evidência?

A evidência encontra-se atualizada até setembro de 2020.

Notas de tradução: 

Traduzido por: Miguel Bigotte Vieira, Serviço de Nefrologia, Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central, com o apoio da Cochrane Portugal. Revisão final: Ricardo Manuel Delgado, Cochrane Portugal.

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