Uso de propofol para sedação em recém-nascidos submetidos a procedimentos

Procedimentos realizados em recém-nascidos pré-termo e termo pode ser estressante e por vezes doloroso. Medicamentos para reduzir o estresse/dor para os bebês pode levar a efeitos colaterais. Propofol é a medicação comumente usada em adultos e crianças para alcançar sedação durante procedimentos menores ou grandes operações. Seu uso em recém-nascidos é estudado em apenas um estudo de 63 bebês. O propofol ajudou a reduzir o tempo para completar o procedimento, o tempo de recuperação e o tempo para preparar as drogas. No entanto, com esse pequeno número de recém-nascidos estudados, a segurança não pode ser comprovada. Mais estudos são necessários.

Conclusão dos autores: 

Nenhuma recomendação prática pode ser feita baseada na evidência disponível sobre o uso de propofol em recém-nascidos. É necessária mais pesquisa sobre a farmacocinética do propofol em neonatos e uma vez que uma dose relativamente segura é identificada, ensaios clínicos controlados randomizados avaliando a segurança e eficácia do propofol são necessários.

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

Procedimentos médicos ou cirúrgicos eletivos são comuns para recém-nascidos admitidos na UTI neonatal. Agentes, tais como opióides são comumente usados para alcançar sedação/analgesia/anestesia para tais procedimentos; no entanto, esses agentes são associados efeitos adversos. Propofol é usado amplamente em populações de pacientes pediátricos e adultos para essa finalidade. A eficácia e segurança do uso de propofol em recém-nascidos não foi bem definido.

Objetivos: 

Para determinar a eficácia e segurança do tratamento com propofol comparado com placebo ou sem tratamento ou agentes ativos alternativos em recém-nascidos submetidos a sedação ou anestesia para procedimentos. Para realizar análises de subgrupo de acordo com o método de administração do propofol (bolus ou infusão contínua), tipo de agente de controle ativo (bloqueador neuromuscular, agentes com ou sem uso de sedativos, analgésicos ou ansiolíticos), tipo de procedimento (intubação endotraqueal, exame ocular, outros procedimentos), e idade gestacional (pré-termo e termo).

Métodos de busca: 

Foram buscados no MEDLINE (1950 a 30 de Setembro de 2010), EMBASE (1980 a 30 de Setembro de 2010) e Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL, The Cochrane Library 2010, Edição 2) para estudos elegíveis sem restrição de linguagem Foram pesquisados listas de referência dos artigos identificados e resumos submetidos a Pediatric Academic Societies (2002 a 2009), e registros de ensaios clínicos internacionais para artigos elegíveis.

Critério de seleção: 

Foram incluídos ensaios clínicos controlados randomizados ou quasi-randomizados de propofol versus placebo, nenhum tratamento ou outro agente sedativo/anestésico/analgésico isolado ou combinado usados em recém-nascidos para procedimentos.

Coleta dos dados e análises: 

Foram coletados e analisados dados de acordo com os métodos padrão do Cochrane Neonatal Review Group.

Principais resultados: 

Um estudo controlado randomizado aberto de 63 recém-nascidos foi elegível para inclusão. Trinta e três recém-nascido no grupo do propofol foram comparados com 30 crianças no grupo morfina-atropina-succinilcolina. Não houve diferença estatisticamente significante no número de crianças que necessitaram de várias tentativas de intubação (39% no grupo de propofol versus 57% no grupo morfina-atropina-succinilcolina; RR 1,40 IC 95% 0,85 a 2,29). Os tempos necessários para preparar medicação, para terminar o procedimento e para recuperar o estado clínico prévio foram menores no grupo do propofol. Não foi observada diferença clinicamente significante nos efeitos colaterais; no entanto, o número de eventos foi pequeno.

Notas de tradução: 

Tradução CD007248. Traduzido por: Joyce Mendes Soares, Unidade de Medicina Baseada em Evidências da Unesp, Brazil. Contato: portuguese.ebm.unit@gmail.com

Tools
Information