Cirurgia pode melhorar as taxas de sobrevida para o câncer de pulmão de não pequenas células limitado ao pulmão e comprometendo linfonodos regionais

A ressecção cirúrgica é atualmente considerada o melhor tratamento para alguns tipos de câncer de pulmão limitados ao pulmão e aos linfonodos próximos com células tumorais. Não há evidências convincentes para mostrar que a cirurgia de câncer de pulmão melhora a sobrevida em comparação com outros tipos de terapia, tais como radioterapia ou quimioterapia. A cirurgia é frequentemente realizada em combinação com a remoção dos linfonodos que drenam o pulmão com o tumor. Há alguma evidência de que a remoção completa de todos os linfonodos pode melhorar a sobrevida em comparação com apenas a remoção de um número limitado de linfonodos. Indivíduos com pequenos canceres localizados no pulmão parecem ter um risco aumentado de recorrência local, se tratados com uma ressecção limitada em vez de uma forma mais extensa de ressecção do pulmão envolvido. Mais pesquisas são necessárias para entender melhor os tipos de pacientes que poderiam melhor se beneficiar com a cirurgia.

Conclusão dos autores: 

Conclusões sobre a eficácia da cirurgia em CPNPC são limitadas pelo volume e qualidade da base de evidências atuais, no entanto cirurgia do câncer de pulmão combinada com dissecção completa dos linfonodos mediastinais está associada a uma melhoria modesta na sobrevida em comparação com ressecção de câncer de pulmão combinada com dissecção por amostragem dos linfonodos mediastinais em pacientes no estágio I a III do CPPC. A evidencia atual sugere que no estágio IIIA N2 do CPNPC, quimioterapia seguida de cirurgia é tão efetiva quanto quimioterapia seguida de radioterapia radical, e quimioterapia e radioterapia radicais concomitantes é tão efetivo quanto quimiorradiação de indução seguida de cirurgia em termos de sobrevida geral.

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

A ressecção cirúrgica (geralmente lobectomia) é considerada o tratamento de escolha para muitos indivíduos com estágio inicial de câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC). No entanto grande parte das evidências é observacional.

Objetivos: 

Determinar se, em pacientes com CPNPC em fase inicial, a ressecção cirúrgica do câncer melhora a mortalidade específica da doença e por todas as causas em comparação com nenhum tratamento, radioterapia ou quimioterapia.

Métodos de busca: 

Para essa atualização fizemos uma nova pesquisa em outubro de 2009, com a seguinte estratégia de busca concebida na revisão original: Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) (acessado através da The Cochrane Library2009, volume 3), Medline (acessado através do PubMed), e EMBASE (acessado através do Ovid)

Critério de seleção: 

Ensaios clínicos randomizados comparando cirurgia sozinha (ou em combinação com outras terapias) com terapia não-cirúrgica e estudos randomizados comparando diferentes abordagens cirúrgicas.

Coleta dos dados e análises: 

A razão de risco agrupado foi calculada quando possível Testes para heterogeneidade estatística foram realizados.

Principais resultados: 

Treze ensaios foram incluídos com um total de 2290 pacientes. Alguns dos estudos incluídos foram avaliados como tendo um alto risco de viés. Não houve estudos com um grupo controle sem tratamento. Em uma análise conjunta de três ensaios, a sobrevida global foi superior em pacientes com estágio I a III de CPNPC ressecável que foi submetido à ressecção e dissecção completa dos linfonodos mediastinais em comparação com aqueles submetidos a ressecção e dissecção dos linfonodos por amostragem (razão de risco 0,63, 95% IC 0,51-0,78 , P ≤ 0,0001) e não houve significativa heterogeneidade estatisticamente. Um outro estudo constatou um aumento na taxa de recorrência local em pacientes com CPNPC estágio I tratados com ressecção limitada em comparação com lobectomia. Um pequeno estudo encontrou uma vantagem na sobrevida em favor de quimioterapia seguida de cirurgia em comparação com a quimioterapia seguida de radioterapia em pacientes com estágio IIIA de CPNPC. No entanto, nenhum dos outros ensaios na revisão demonstrou uma melhora significativa na sobrevida global em pacientes tratados com cirurgia, em comparação com a terapia não cirúrgica.

Notas de tradução: 

Traduzido por: Cláudio José Rubira, Unidade de Medicina Baseada em Evidências da Unesp, Brazil Contato:portuguese.ebm.unit@gmail.com

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