Telemedicina versus cuidado usual: efeitos sobre a prática profissional e nos resultados do cuidado em saúde

Essa tradução não está atualizada. Por favor clique aqui para ver a versão mais recente em inglês desta revisão.

Telemedicina é o uso de tecnologia de telecomunicações para o diagnóstico médico e cuidados de saúde. Isso inclui a transmissão de resultados de testes por telefone, uso de tecnologia de vídeo para as consultas de longa distância ou educação e muitos outros usos. Na revisão os estudos mostram que várias formas de telemedicina são viáveis​​, mas ainda não há evidências suficientes mostrando os efeitos sobre os resultados de saúde ou custos de muitos usos caros de tecnologia. No geral, as pessoas com auto-monitoramento em domicílio ou que utilizaram vídeo-consultas sentiram-se satisfeitas com a experiência. Mais pesquisas são necessárias para avaliar os efeitos da diversidade de técnicas de telemedicina.

Conclusão dos autores: 

Os sistemas estabelecidos para assistência ao paciente usando tecnologias de telecomunicações são viáveis, mas há pouca evidência dos benefícios clínicos. Os estudos mostraram variáveis ​​e inconclusivos resultados para outros resultados, tais como, medidas psicológicas, e não foram analisados dados sobre custo-efetividade dos sistemas de telemedicina. A revisão demonstra a necessidade de mais pesquisas e ao fato de que é possível a realização de ensaios clínicos randomizados de aplicações da telemedicina. Responsáveis por políticas públicas devem ser cautelosos ao recomendarem o aumento do uso e investimento em tecnologias não avaliadas.

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

Telemedicina versus cuidado usual: efeitos sobre a prática profissional e nos resultados do cuidado em saúde A telemedicina é o uso de tecnologias de telecomunicações para o diagnóstico médico e cuidado ao paciente. Desde seu início, a telemedicina tem sido utilizada em diversos campos de cuidados de saúde, mas o interesse generalizado entre os profissionais de saúde só agora tornar-se evidente com o desenvolvimento de tecnologia mais sofisticada.

Objetivos: 

Avaliar os efeitos da telemedicina como uma alternativa para o cuidado direto ao paciente.

Métodos de busca: 

Foram pesquisados os registros da Effective Practice and Organisation of Care Group's, biblioteca Cochrane, MEDLINE (1966-agosto 1999), EMBASE (a 1996), CINAHL (a agosto 1999), Inspec (a agosto 1996), Healthstar (1983-1996), OCLC, Sigle (a 1999), Assia, SCI (1981-1997), SSCI (1981-1997), DHSS-Data.

Foram realizadas buscas manuais no Journal of Telemedicine and Telecare (1995-1999), Telemedicine Journal (1995-1999) e em listas de referência de artigos. Também foi realizada busca manual em anais de congressos e contatados especialistas com interesse em telemedicina.

Critério de seleção: 

Ensaios clínicos randomizados, estudos controlados antes e depois e séries temporais interrompidas comparando telemedicina com assistência direta ao paciente. Os participantes eram profissionais de saúde qualificados e pacientes que receberam cuidados por telemedicina.

Coleta dos dados e análises: 

Dois revisores independentemente avaliaram a qualidade dos estudos e extraíram os dados.

Principais resultados: 

Sete estudos envolvendo mais de 800 pessoas foram incluídos. Um ensaio clínico era direcionado ao uso da telemedicina em um departamento de emergência, um ao uso de vídeo-consultas em cuidados de saúde de atenção primária e em um departamento ambulatorial de um hospital e os demais estudos eram direcionados à assistência no cuidado domiciliar ou automonitorização de pacientes com doença crônica. Os estudos encontrados foram bem conduzidos, embora em todos o número de pacientes fosse pequeno, exceto em um. Embora nenhum dos estudos mostrou qualquer efeito prejudicial das intervenções, também não foram mostrados evidentes benefícios e os achados não demostram evidência da segurança da telemedicina. Nenhum dos estudos incluíram uma formal análise econômica. Todos os aspectos tecnológicos das intervenções parecem ter sido confiáveis e bem aceitos pelos pacientes.

Notas de tradução: 

Traduzido por: Rodrigo Jensen, Unidade de Medicina Baseada em Evidências da Unesp, Brasil Contato: portuguese.ebm.unit@gmail.com