Antidepressivos versus placebo na depressão em idosos

17 ensaios clínicos randomizados que preencheram os critérios de inclusão foram utilizados neste estudo. Foram avaliados 17 ensaios clínicos que examinaram a eficácia do tratamento com antidepressivo em pessoas idosas em relação a placebo. Pouco menos de 2.000 pacientes foram utilizadas na metanálise. As três classes dos antidepressivos foram eficazes para os pacientes institucionalizados e os da comunidade. O uso de antidepressivos em baixa dose pode ser eficaz, mas são necessários mais estudos para comprovar sua eficácia.

Conclusão dos autores: 

As três classes de antidepressivos são eficazes no tratamento de idosos e pacientes que possam ter uma doença física grave. Pelo menos seis semanas de tratamento antidepressivo é recomendado para conseguir o efeito terapêutico ótimo. Há pouca evidência sobre a eficácia dos antidepressivos tricíclicos quando utilizados em baixa dose, sendo necessária a realização de estudos para que estes medicamentos possam ser recomendados para uso em baixa dose.

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

A depressão é encontrada em dez por cento das pessoas com mais de 60 anos. Os idosos deprimidos são mais propensos a morrer do que os não deprimidos. Relativamente poucos idosos tratam a depressão, e aqueles que o fazem, tendem a receber uma dose baixa da terapia antidepressiva. A depressão em idosos difere em relação aos jovens em termos de etiologia, apresentação, tratamento e evolução. Doença física concomitante e crescente diversidade social, física e neurofisiológica são fatores associados com o processo de envelhecimento. Consequentemente, o tratamento medicamentoso de pacientes idosos é muitas vezes realizado em instituições e em pacientes que sofrem de vários problemas físicos.

Objetivos: 

Determinar a eficácia de medicamentos antidepressivos em comparação com o placebo, no tratamento da depressão em idosos.

Métodos de busca: 

A estratégia de busca ocorreu em bases eletrônicas da literatura de bancos de dados mantidos pelo the Cochrane Collaboration Depression, Anxiety and Neurosis Review Group (CCDAN). Listas de referências de revisões relacionadas e referências de estudos localizados relacionados. O contato foi feito com os autores especialistas na área.

Critério de seleção: 

Todos os ensaios clínicos randomizados controlados com placebo que verificaram o uso de antidepressivos no tratamento da depressão em idoso, senil ou adulto idoso.

Coleta dos dados e análises: 

Foram extraídos dois tipos de dados dos estudos (quando disponíveis). O primeiro tipo de dados foi dicotômico (este consistiu em recuperado/não recuperado). O segundo tipo foram os dados contínuos que incluíram: a escala de depressão de Hamilton, a escala de depressão de Montgomery-Asberg e outros escores de escalas de classificação da depressão. Uma análise utilizando peto odds ratio (OR, razão de chances de Peto) para os dados dicotômicos e a diferença de média padronizada para os dados contínuos foi realizada utilizando o programa RevMan 3.1. A presença de heterogeneidade do efeito do tratamento foi avaliada.

Principais resultados: 

17 ensaios clínicos contribuíram com dados para as análises que compararam a eficácia do tratamento antidepressivo em relação ao placebo. As análises de eficácia foram baseadas em 245 pacientes tratados com antidepressivos tricíclicos (e 223 tratados com placebo), 365 pacientes tratados com inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) (372 tratados com placebo) e 58 pacientes tratados com inibidores da monoaminooxidase (IMAO) (63 tratados com placebo). Os resultados utilizando um modelo de efeito fixo, para os três grupos foram, respectivamente, para os tricíclicos OR 0,32 (IC 95% 0,21, 0,47), ISRS OR 0,51 (IC 95% 0,36, 0,72) e IMAO OR 0,17 (IC 95% 0,07, 0,39).

Notas de tradução: 

Traduzido por: Cristiane de Cássia Bergamaschi, Universidade de Sorocaba- Uniso; Unidade de Medicina Baseada em Evidências da Unesp, Brasil Contato: portuguese.ebm.unit@gmail.com

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