Intervenções para o controlo da hemorragia após a extração de dentes

Pergunta

Realizámos esta revisão para avaliar diferentes intervenções no tratamento do sangramento após a extração de dentes.

Contexto

Após a extração de um dente, é normal que a área sangre e forme um coágulo, geralmente dentro de alguns minutos. É anormal se o sangramento continuar sem a formação do coágulo ou durar para além de 8 a 12 horas; isto é conhecido como sangramento pós-extração (SPE). Tais incidentes de sangramento podem causar angústia aos pacientes, que podem precisar de consultas médico-dentárias de urgência e intervenções. As causas do SPE podem ser locais, uma doença sistémica ou um medicamento. Para controlar esse sangramento, muitos métodos locais e sistémicos têm sido implementados, com base na perícia e experiência do clínico. Para informar os clínicos sobre o melhor tratamento, é necessária evidência de estudos nos quais as pessoas tenham sido alocadas aleatoriamente para pelo menos dois grupos diferentes, que recebam tratamentos diferentes ou nenhum tratamento (ou seja, "ensaios clínicos aleatorizados" ou ECAs).

Características dos estudos

Autores que trabalham com a Cochrane Oral Health atualizaram esta revisão de ECAs que avaliam intervenções para tratar o sangramento após a remoção de dentes. A revisão original foi publicada em junho de 2016. Para esta versão, foi pesquisada a literatura médica e médico-dentária até 24 de janeiro de 2018. Não foram encontrados ECAs que atendessem aos critérios de inclusão da nossa revisão.

Resultados principais e certeza na evidência

Esta revisão revelou que não há evidência de ECAs para a eficácia de qualquer intervenção disponível no tratamento do sangramento pós-extração. ECAs de alta qualidade são necessários para ajudar os clínicos e pacientes a fazer escolhas informadas sobre as opções de tratamento.

Conclusão dos autores: 

Não conseguimos identificar nenhum relatório de ensaios clínicos aleatorizados que avaliassem os efeitos de diferentes intervenções para o tratamento da hemorragia pós-extração. Devido à falta de evidência confiável sobre esse tópico, os clínicos devem recorrer à sua experiência clínica para determinar os meios mais apropriados para o tratamento desta condição, de acordo com os fatores relacionados com o paciente. São necessários mais estudos bem delineados e conduzidos neste âmbito, que estejam de acordo com a declaração CONSORT ( www.consort-statement.org/ ).

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

A hemorragia pós-extração (HPE) é uma complicação frequente na prática clínica de medicina dentária, definida como hemorragia que se mantém por 8 a 12 horas após a exodontia. A incidência de hemorragia pós-extração varia de 0% a 26%. Se a hemorragia pós-extração não for tratada, as complicações podem variar de hematomas nos tecidos moles a perdas de sangue graves. As causas locais da hemorragia incluem hemorragia dos tecidos moles e do osso. As causas sistémicas incluem problemas plaquetários, distúrbios de coagulação ou fibrinólise excessiva, e problemas hereditários ou adquiridos (induzidos por medicamentos). Existe uma ampla variedade de técnicas sugeridas para o tratamento da hemorragia pós-extração, que incluem intervenções orientadas para causas locais e sistémicas. Esta é uma atualização de uma revisão publicada em junho de 2016.

Objetivos: 

Avaliar os efeitos de intervenções para tratar diferentes tipos de hemorragia pós-extração.

Métodos de busca: 

Um perito da Cochrane Oral Health pesquisou nas seguintes bases de dados: Cochrane Oral Health’s Trials Register (até 24 de janeiro de 2018), Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) (the Cochrane Library, 2017, Issue 12), MEDLINE Ovid (de 1946 a 24 de janeiro de 2018), Embase Ovid (de 1 de maio de 2015 a 24 de janeiro de 2018) e CINAHL EBSCO (de 1937 a 24 de janeiro de 2018). O US National Institutes of Health Trials Registry (ClinicalTrials.gov) e a World Health Organization International Clinical Trials Registry Platform foram consultados para encontrar ensaios clínicos a decorrer. Foram pesquisadas as listas de referências de revisões sistemáticas relevantes.

Critério de seleção: 

Considerámos ensaios clínicos aleatorizados (ECAs) que avaliaram qualquer intervenção para tratar a HPE, com participantes do sexo masculino ou feminino de qualquer idade, independentemente do tipo de dente (anterior ou posterior, mandibular ou maxilar). Os ensaios poderiam comparar um tipo de intervenção com outro, com placebo ou sem tratamento.

Coleta dos dados e análises: 

Três pares de autores da revisão examinaram independentemente os resultados da pesquisa. Obtivemos os artigos completos para os ensaios potencialmente relevantes. Se os dados tivessem sido extraídos, teríamos seguido os métodos descritos no Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions for the statistical analysis.

Principais resultados: 

Não encontrámos nenhum ensaio clínico aleatorizado adequado para a inclusão nesta revisão.

Notas de tradução: 

Traduzido por: Carlota Duarte de Mendonça, Bruno Rosa, Joana Faria Marques, João Silveira e António Mata, Centro de Estudos de Medicina Dentária Baseada na Evidência, Faculdade de Medicina Dentária da Universidade de Lisboa. Revisão final: Ricardo Manuel Delgado, Knowledge Translation Team, Cochrane Portugal.

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