Lesões por queimaduras são um importante problema de saúde. Queimaduras frequentemente acontecem no pescoço ou na cabeça. Estas são áreas centrais para a identidade da pessoa e tem um papel vital para a comunicação. Outras habilidades básicas como audição, olfato e respiração também podem ser afetados diretamente por queimaduras faciais. Os autores dessa revisão Cochrane quiseram avaliar os efeitos de tratamentos tópicos (superficiais) no reparo de ferimentos causados por queimados faciais. Exemplos de tratamentos tópicos são antimicrobianos cremes e pomadas, e substitutos de pele biológicos ou artificiais.
Cinco pequenos estudos foram incluídos nessa revisão. Dois estudos compararam dois antimicrobianos diferentes, enquanto os outros três compararam antimicrobianos com susbtitutos de pele. Todos os estudos eram pequenos e com alto risco de viés. Por isso, os resultados podem não ser confiáveis e a qualidade global da evidência é baixa. Não há evidência confiável de que tratamentos tópicos para pessoas com queimaduras faciais melhoram os resultados, incluindo melhora no reparo da ferida, taxas de infecção, necessidade de cirurgia, melhora da aparência das cicatrizes, redução da dor, melhora da satisfação global do paciente, redução dos efeitos adversos, melhora da qualidade de vida ou redução do tempo de permanência no hospital. São necessárias mais pesquisas a respeito.
Há pesquisas e evidências de alta qualidade insuficientes para se concluir sobre os efeitos de intervenções tópicas no reparo de feridas em pessoas com queimaduras faciais.
Queimaduras são um importante problema de saúde. Elas ocorrem frequentemente na região da cabeça e pescoço - a área central para a identidade da pessoa, e responsável por nosso meio mais expressivo de comunicação. Intervenções tópicas são, atualmente, a pedra-angular do tratamento de queimaduras de espessura parcial na face
Avaliar os efeitos de intervenções tópicas no reparo de feridas em pessoas com queimaduras faciais de qualquer profundidade.
Buscamos no Cochrane Wounds Group Specialised Register (pesquisado em 12 de Novembro de 2012); the Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) (The Cochrane Library 2012 Edição 10); Ovid MEDLINE (1950 a Novembro 2012, Semana 1); Ovid MEDLINE - In-process & Other Non-Indexed Citations (pesquisado em 12 de Novembro de 2012); Ovid EMBASE (1980 a 2012, Semana 45); e EBSCO CINAHL (1982 a 9 de Novembro de 2012) em busca de ensaios clínicos relevantes. Não aplicamos restrição de data ou língua.
Ensaios clínicos controlados randomizados (ECR) que avaliaram os efeitos do tratamento tópico para queimaduras faciais foram elegíveis para inclusão nesta revisão.
Dois autores da revisão independentemente avaliaram e incluíram as referências identificadas pela estratégia de busca. Os ensaios clínicos incluídos foram avaliados utilizando um formulário de risco de viés, e os dados foram extraídos utilizando um padrão de extração de dados. Para desfechos dicótomos e contínuos, calculamos o risco relativo e a diferença média, respectivamente, ambos com 95% de intervalo de confiança (IC)
Incluímos cinco ECRs, contabilizando um total de 119 participantes. Dois estudos compararam dois antimicrobianos diferentes e três compararam um substituto de pele biológico ou artificial com um antimicrobiano. Todos os estudos possuiam amostras pequenas e alto risco de viés. Heterogeneidade das intervenções e desfechos impediram a coleta dos dados. Em três estudos, o tempo para o completo reparo da ferida foi significantemente menor nos grupos que usaram substituto de pele do que nos grupos que usaram agente antimicrobiano, mas a qualidade da evidência foi baixa. A dor foi significantemente reduzida com o uso dos susbstitutos de pele nos dois estudos que relataram sobre esse desfecho, variação de diferença média de -2.00 (IC 95% -3,82 a -0,18) a -4.00 (IC 95% -5,05 a -2,95) em uma escala de 10 pontos.
Notas de tradução CD008058.pub2