Pregabalina para dor aguda e crônica em adultos

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A pregabalina alivia a dor provocada por danos aos nervos, a partir de lesão ou doença. Antiepilépticos (como a pregabalina) são medicamentos usados para o tratamento de epilepsia, mas também são eficazes para o tratamento da dor. O tipo de dor que responde bem ao tratamento com pregabalina é a dor neuropática (dor causada por danos aos nervos). Isto inclui neuralgia pós-herpética (dor persistente numa área previamente afetada pelo vírus) e complicações dolorosas do diabetes, bem como a fibromialgia. Apenas uma minoria de pacientes com esses tipos de dor terá um benefício substancial, e outra parte um pouco maior terá benefício moderado. Com doses diárias de pregabalina de 300 mg a 600mg, a impressão global do paciente da mudança de classificação com grande ou muito grande melhoria foi de cerca de 35% na neuralgia pós-herpética, 50% em neuropatia diabética dolorosa, e 40% em fibromialgia. Não há evidência de que a pregabalina é eficaz em condições agudas, onde a dor já está estabelecida, e em doenças crônicas em que a lesão do nervo não é a principal fonte da dor, tal como a artrite.

Conclusão dos autores: 

A pregabalina tem demonstrado eficácia em condições de dor neuropática e fibromialgia. Uma minoria de pacientes terão benefício substancial com pregabalina, e mais pacientes terão benefício moderado. Muitos terão benefício trivial ou nenhum, ou irão descontinuar devido a eventos adversos. A individualização do tratamento é necessária para maximizar o alívio da dor e minimizar os efeitos adversos. Não há nenhuma evidência para apoiar o uso de pregabalina em cenários de dor aguda.

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

Drogas antiepilépticas têm sido utilizados no tratamento da dor desde 1960. A pregabalina é um medicamento antiepiléptico desenvolvido recentemente também usado no controle de condições de dor neuropática crônica.

Objetivos: 

Avaliar a eficácia analgésica e efeitos adversos associados da pregabalina em dor aguda e crônica.

Métodos de busca: 

Buscamos no MEDLINE, EMBASE, e CENTRAL em Maio de 2009 por ensaios clínicos controlados randomizados (ECCRs). Estudos adicionais foram identificados a partir das listas de referência de artigos recuperados e bancos de dados de ensaios clínicos on-line.

Critério de seleção: 

Ensaios clínicos randomizados, duplo-cegos reportando o efeito analgésico da pregabalina, com a avaliação subjetiva da dor pelo paciente, quer como resultado primário ou secundário.

Coleta dos dados e análises: 

Dois revisores independentes extraíram os dados e qualidade dos ensaios clínicos. Número necessário para tratar (NNTs) foram calculados, quando possível, a partir de dados dicotômicos para a eficácia, eventos adversos e desistência dos estudos.

Principais resultados: 

Não houve nenhuma evidência clara de efeitos benéficos da pregabalina na dor aguda pós-operatória estabelecida. Nenhum estudo avaliou pregabalina em dor crônica nociceptiva, como a artrite.

Pregabalina em doses de 300mg, 450mg e 600mg diariamente foi eficaz em pacientes com neuralgia pós-herpética, neuropatia diabética dolorosa, dor neuropática central, e fibromialgia (19 estudos, 7003 participantes). Pregabalina na dose de 150mg por dia foi geralmente ineficaz. A eficácia foi demonstrada para desfechos dicotômicos que corresponde a alívio da dor moderada ou substancial, além disso a eficácia observada com doses mais baixas foi descontinuada com o aumento da dose. A melhor (menor) NNT para cada condição para alívio da dor em pelo menos 50% do valor inicial (benefício substancial) para 600mg de pregabalina diariamente, comparado com o placebo foi de 3,9 (intervalo de confiança 95% 3,1 a 5,1) para neuralgia pós-herpética, 5,0 (4,0 a 6,6 ) para a neuropatia diabética dolorosa, 5,6 (3,5 a 14) para a dor neuropática central, e 11 (7,1 a 21) para a fibromialgia.

Com 600mg de pregabalina diariamente sonolência tipicamente ocorreu em 15% a 25% e tonturas ocorreu em 27% a 46%. O tratamento foi interrompido devido a eventos adversos em 18 a 28%. A proporção de participantes relatando pelo menos um evento adverso não foi afetada pela dose, nem o número com evento adverso grave, o que não era mais do que com o placebo.

Taxas mais elevadas de benefício substancial foram encontrados na neuralgia pós-herpética e neuropatia diabética dolorosa do que em dor neuropática central e fibromialgia. Para um benefício moderado e substancial sobre quaisquer resultados de NNTs para os primeiros eram geralmente de seis e abaixo de 300mg e 600mg por dia; para NNTs da fibromialgia eram muito mais elevados e, em geral de sete e acima.

Notas de tradução: 

Traduzido por: Vaniely Kaliny Pinheiro de Queiroz, Unidade de Medicina Baseada em Evidências da Unesp, Brazil. Contato: portuguese.ebm.unit@gmail.com