Não há evidências sobre a eficácia de intervenções não farmacológicas para perambulação no ambiente doméstico em pessoas com demência devido a falta de ensaios clínicos.

Nenhum ensaio clínico randomizado foi encontrado que provasse ou refutasse a eficácia de intervenções não farmacológicas para a prevenção ou manejo na perambulação em ambiente doméstico. Ensaios clínicos de musicoterapia, terapia com luz brilhante, orientação para a realidade, fisioterapia, terapia ocupacional, e terapia do toque foram conduzidas com participantes em ambientes institucionais. Essa revisão discute estas intervenções á luz de sua relevância no ambiente doméstico. Ensaios clínicos de intervenções não farmacológicas no ambiente doméstico são urgentemente necessários.

Conclusão dos autores: 

Há uma necessidade urgente de ensaios clínicos randomizados de intervenções não farmacológicas para perambulação no ambiente doméstico.

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

Vários estudos existem sobre intervenções para perambulação no ambiente institucional (longa permanência), mas poucos trabalhos têm sido conduzidos sobre perambulação no ambiente doméstico. A prevalência de perambulação em pessoas com demência é difícil de avaliar; a perambulação não é um comportamento simples ou estático e as razões porque as pessoas perambulam permanecem incertas. Na ausência de uma teoria da perambulação e de uma definição de consenso para a perambulação, é difícil identificar estratégias efetivas para o seu manejo e é difícil definir estratégias apropriadas de intervenção. Além disso, o mesmo comportamento ou tipo de perambulação pode ocorrer por diferentes razões em diferentes indivíduos; qualquer formulação teórica vai ter que permitir a participação de diferentes gatilhos para o comportamento e, então encontrar um tipo de explicação que englobe a todos é improvável. Sendo assim o que nós mais encontramos nesta área são abordagens do tipo “tentativa e erro”, as quais nem sempre fazem justiça as interações complexas de fatores individuais e ambientais que levam as pessoas com demência a perambular. Enquanto parece haver um consenso na literatura que a maioria dos casos de abordagens não farmacológicas pode funcionar tão bem quanto tratamentos medicamentosos, e com menos eventos adversos, na prática os clínicos frequentemente recorrem aos fármacos como primeira linha de tratamento. Esta revisão descreve a falta de evidências oriundas de ensaios clínicos randomizados e discute o alcance das intervenções não farmacológicas que têm sido conduzidas utilizando outros delineamentos de estudo.

Objetivos: 

Avaliar a efetividade e segurança de intervenções não farmacológicas em reduzir perambulação no ambiente doméstico em pessoas com demência. O objetivo secundário é destacar a qualidade e quantidade de evidências em pesquisa disponíveis e definir uma agenda para futuras pesquisas.

Métodos de busca: 

O the Specialized Register da Cochrane Dementia and Cognitive Improvement Group(CDCIG), the Cochrane Library,MEDLINE, EMBASE, PsycINFO, CINAHL e LILACS foram pesquisados em 11 de Junho de 2009 utilizando os termos: exit* ou wander* ou elopement ou ambulat* ou walk*. O the CDCIG Specialized Register contém registros de todos as maiores bases de dados em saúde(the Cochrane Library,MEDLINE, EMBASE, PsycINFO, CINAHL, LILACS) assim como de muitas bases de dados de ensaios clínicos e fontes de literatura cinzenta.

Critério de seleção: 

Ensaios clínicos randomizados comparando intervenção com tratamento usual (“tratamento padrão”), outra intervenção ou nenhuma intervenção.

Coleta dos dados e análises: 

Nenhum ensaio clínico elegível de intervenções não farmacológicas para a prevenção e manejo de perambulação no ambiente doméstico foi encontrado.

Principais resultados: 

Como nenhum ensaio clínico randomizado foi encontrado, nenhum resultado foi relatado.

Notas de tradução: 

Traduzido por: Patrick Alexander Wachholz, Unidade de Medicina Baseada em Evidências da Unesp, Brazil Contato: portuguese.ebm.unit@gmail.com

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