Materiais educativos impressos: efeitos sobre a prática profissional e nos resultados do cuidado

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Revistas médicas e diretrizes de prática clínica são canais comuns para divulgar informação científica para os profissionais de saúde, uma vez que permitem uma ampla divulgação a custos relativamente baixos. A distribuição de materiais educativos impressos se destina a melhorar a consciência, conhecimento, atitudes dos profissionais de saúde e melhorar a prática profissional e os resultados de saúde dos pacientes. Os resultados desta revisão sugerem que os materiais educativos impressos melhoram um pouco a prática dos profissionais de saúde comparado a nenhuma intervenção, mas a falta de resultados impedem qualquer conclusão sobre o seu impacto nos resultados dos pacientes.

Conclusão dos autores: 

Os resultados desta análise sugerem que quando aplicada sozinha e comparada a nenhuma intervenção, as MEIs podem ter um pequeno efeito benéfico sobre os resultados da prática profissional. Há insuficiente informação para estimar com segurança os efeitos das MEIs sobre os resultados dos pacientes e não é conhecido o tamanho de efeito observado na importância clínica. A efetividade das MEIs comparada a outras intervenções ou das MEIs como parte de uma intervenção multifacetada é incerta.

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

Materiais educativos impressos são amplamente utilizados em estratégias de divulgação passiva para melhorar a qualidade da prática clínica e os resultados dos pacientes. Estes, tradicionalmente são apresentados em formatos de papel como monografias, publicações em revistas científicas e diretrizes clínicas.

Objetivos: 

Avaliar o efeito de materiais educativos impressos sobre a prática dos profissionais de saúde e nos resultados de saúde dos pacientes.

Explorar a influência de algumas das características dos materiais educativos impressos (por exemplo, fonte, conteúdo, formato) em seu efeito na prática profissional e nos resultados dos pacientes.

Métodos de busca: 

Para essa atualização, estratégias de busca foram reescritas e substancialmente modificadas das publicadas na revisão original, a fim de redirecionar a busca de materiais publicados para materiais impressos e expandir a terminologia usada para descrever os materiais impressos. Dadas as mudanças significativas, todas as bases de dados foram pesquisadas a partir da data de início em Junho de 2011. Foram pesquisadas as bases de dados: MEDLINE, EMBASE, the Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL), HealthStar, CINAHL, ERIC, CAB Abstracts, Global Health e registro EPOC.

Critério de seleção: 

Foram incluídos ensaios clínicos randomizados (ECR), ensaios clínicos quase randomizados, estudos controlados antes e depois (ECAD) e séries de casos temporais interruptas (STI) que avaliaram o impacto de materiais educativos impressos (MEIs) sobre a prática dos profissionais da saúde ou resultados dos pacientes, ou em ambos. Foram incluídos três tipos de comparações: (1) MEI versus nenhuma intervenção, (2) MEI versus intervenção única, (3) intervenção multifacetada na qual a MEI é incluída versus intervenção multifacetada sem MEI. Não houve restrição de idioma. Quaisquer medidas objetivas da prática profissional (por exemplo, número de exames solicitados, prescrições de um determinado medicamento) ou de resultados de saúde do paciente (por exemplo, pressão arterial) foram incluídas.

Coleta dos dados e análises: 

Dois revisores realizaram a extração dos dados de forma independente e desacordos foram resolvidos por discussão entre os revisores. Para análise, os estudos incluídos foram agrupados de acordo com o desenho do estudo, tipo de resultado (prática profissional ou resultado do paciente, contínua ou dicotômica) e tipo de comparação. Para ensaios clínicos controlados, foram informadas a mediana do tamanho de efeito para cada resultado dentro de cada estudo, a mediana do tamanho de efeito entre os resultados para cada estudo e a mediana desses tamanhos de efeito entre os estudos. Quando os dados eram disponíveis, foram reanalisados os estudos de STI e relatada diferença das medianas para cada resultado, entre os resultados para cada estudo e, em seguida, entre os estudos. Foi categorizado cada MEI de acordo com os potenciais efeitos modificadores relacionados à fonte do MEI, canal utilizado para divulgação, conteúdo e formato.

Principais resultados: 

A revisão incluiu 45 estudos: 14 ECR e 31 STI. Quase todos os estudos incluídos (44/45) compararam a efetividade do MEI versus nenhuma intervenção. Um único estudo comparou a MEI em papel ao mesmo documento divulgado em CD-ROM. Baseado em sete ECR e 54 resultados, a mediana da diferença do risco absoluto na categoria resultados práticos foi de 0,02 quando as MEIs foram comparadas a nenhuma intervenção (intervalo de 0 a +0,11). Baseado em três ECR e oito resultados, a mediana da melhora na diferença de média padronizada para os resultados da prática profissional contínua foi de 0,13 quando as MEIs foram comparadas a nenhuma intervenção (intervalo de -0,16 a +0,36). Apenas dois ECR e dois STI informaram resultados dos pacientes. Além disso, foram reanalisados ​​54 resultados de 25 estudos STI, por meio de regressão de séries temporais e observado melhora estatisticamente significante em 27 resultados. A partir dos estudos de STI, foram calculadas melhorias nos resultados de prática profissional entre os estudos após a divulgação do MEI (variação da mediana padronizada em nível = 1,69). A partir dos dados levantados, não se poderia deixar de comentar que as características dos MEIs influenciaram sua efetividade.

Notas de tradução: 

Traduzido por: Rodrigo Jensen, Unidade de Medicina Baseada em Evidências da Unesp, Brasil Contato: portuguese.ebm.unit@gmail.com