Planejamento da alta hospitalar

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Introdução

O planejamento da alta consiste em criar um plano personalizado para cada paciente que está deixando hospital, com o objetivo de conter os custos e melhorar os resultados dos pacientes. O planejamento da alta deve garantir que os pacientes deixem o hospital no momento apropriado do seu tratamento e que a prestação dos cuidados pós-alta seja organizada.

Objetivos

Nós fizemos uma busca sistematizada para encontrar estudos que avaliaram os efeitos de planos personalizados de alta. Esta é a terceira atualização da revisão original.

Resultados principais

Nós encontramos 30 estudos que compararam planos de alta personalizados versus alta convencional (sem esse tipo de plano); 20 desses estudos incluíam adultos mais velhos.

Conclusões dos autores

Esta revisão sugere que um plano de alta personalizado provavelmente reduz um pouco a duração da internação hospitalar dos pacientes idosos internados por problemas clínicos (diferença média de 0,73 dias). O plano personalizado também pode reduzir a taxa de reinternações desses pacientes e pode aumentar sua satisfação. O plano de alta personalizado também pode aumentar a satisfação dos profissionais de saúde, apesar de haver pouca evidência que apoie essa suposição. Não ficou claro se o planejamento personalizado de alta reduz os custos para os serviços de saúde.

Conclusão dos autores: 

Para pacientes mais velhos internados por um problema clínico, um plano de alta personalizado provavelmente traz uma pequena redução da duração da internação e reduz os riscos de reinternação avaliada nos primeiros três meses depois da alta. O planejamento da alta pode aumentar a satisfação dos pacientes e dos profissionais de saúde quanto aos cuidados de saúde . Há pouca evidência de que o planejamento de alta reduza os custos dos serviços de saúde.

Leia o resumo na íntegra...
Introdução: 

Em muitos países, o planejamento da alta hospitalar é um procedimento rotineiro dos sistemas de saúde. O objetivo do planejamento de alta é reduzir a duração da internação hospitalar, reduzir as reinternações não planejadas e melhorar a coordenação dos serviços após a alta hospitalar. Esta é a terceira atualização da revisão original.

Objetivos: 

Avaliar a efetividade do planejamento da alta hospitalar de pacientes individuais.

Métodos de busca: 

Atualizamos esta versão da revisão fazendo buscas nas seguintes bases de dados: Cochrane Central Register of Controlled Trials (CENTRAL) (2015, Edição 9), MEDLINE, Embase, CINAHL, Social Science Citation Index (última busca em 2015) e na base de registro do US National Institutes of Health (ClinicalTrials.gov).

Critério de seleção: 

Ensaios clínicos randomizados (RCTs) que compararam um plano personalizado de alta versus os procedimentos habituais, não personalizados, de alta hospitalar. Os participantes dos estudos eram pacientes internados em hospitais.

Coleta dos dados e análises: 

Trabalhando de forma independente, dois autores fizeram a análise dos dados e avaliaram a qualidade dos estudos, usando uma ficha de extração de dados criada especificamente para esta revisão. Nós agrupamos os estudos de acordo com os tipos de pacientes (pacientes idosos internados por problemas clínicos, pacientes se recuperando de cirurgia e aqueles com condições mistas) e também conforme os tipos de desfechos. Fizemos as análises estatísticas usando o princípio da intenção de tratar. Calculamos as razões de risco (RRs) para os desfechos dicotômicos e as diferenças médias (MDs) para os desfechos contínuos; utilizamos o modelo de efeito fixo nas metanálises. Nos casos em que não era possível combinar os dados dos estudos por causa de diferenças na forma como os desfechos eram apresentados, apresentamos uma síntese narrativa dos resultados.

Principais resultados: 

A versão atual da revisão conta com 30 estudos (11.964 participantes), incluindo 6 novos estudos identificados nesta atualização. Dentre esses estudos, 21 recrutaram pacientes mais velhos com alguma doença clínica, 5 recrutaram pacientes com um misto de condições clínicas e cirúrgicas, 1 estudo recrutou pacientes internados em um hospital psiquiátrico, 1 estudo recrutou pacientes de um hospital psiquiátrico e de um hospital geral, e 2 estudos recrutaram pacientes internados após uma queda. A duração da internação hospitalar e as reinternações foram menores para os participantes internados com um diagnóstico clínico e que foram alocados no grupo de planejamentos de alta (duração da internação: MD – 0,73 dias, 95% CI- 1,33 a - 0,12, 12 estudos, evidência de qualidade moderada; taxa de reinternação RR 0,87, 95% CI 0,79 a 0,97, 15 estudos, evidência de qualidade moderada). Não está claro se o planejamento de alta reduz a taxa de reinternação de pacientes internados após uma queda (RR 1,36, 95% CI 0,46 a 4,01, 2 estudos, evidência de qualidade muito baixa). Para pacientes idosos com alguma condição clínica, houve pouca ou nenhuma diferença entre os grupos em relação à mortalidade (RR 0,99, 95% CI 0,79 a 1,24, evidência de qualidade moderada). Também houve pouca evidência sobre a mortalidade para pacientes em recuperação de uma cirurgia ou que apresentavam um misto de condições clínicas e cirúrgicas. O planejamento de alta pode aumentar a satisfação dos pacientes e dos profissionais de saúde (evidência de qualidade baixa, 6 estudos). Não está claro se o planejamento de alta de pacientes com problemas clínicos teria algum efeito sobre os custos dos cuidados (evidência de qualidade muito baixa, 5 estudos).

Notas de tradução: 

Tradução do Centro Cochrane do Brasil (Rafael Lima Mc Gregor von Hellmann). Contato: tradutores@centrocochranedobrasil.org.br